A BELA D'ERMESINDE
A BELA D'ERMESINDE
ERMESINDE A CONCELHO
ASSOCIAÇÃO AMIGOS DE ERMESINDE
Valendo-me ainda dos mesmos autores, da monografia: “Ermesinde – Registos Monográficos”, passo a citar:
«No ano em que Ermesinde comemorou os 50 anos de vila (1988), surgiu um grupo de pessoas que voltou a colocar, seriamente, o problema da emancipação administrativa de Ermesinde. Nascia a Associação Amigos de Ermesinde.Fundada por homens radicados nas antigas terras de S. Lourenço de Asmes, ou daqui naturais, a Associação Amigos de Ermesinde propunha-se defender os reais interesses da população desta terra.
A Associação foi fundada em 27 de Maio de 1988, e legalizado, por escritura pública, no dia 24 de Março de 1989. A sua principal finalidade, consta do artigo 2.º dos seus Estatutos que passamos a transcrever:
“A Associação tem por objectivo a defesa e promoção dos valores culturais de Ermesinde, promoção do espírito associativo, mediante palestras e conferências, tendo em conta as necessidades locais, promovendo ainda actividades recreativas em geral, que tenham por objectivo a prossecução dos interesses de Ermesinde, quer junto dos seus moradores, quer junto das entidades a quem incumbia ou a sua apreciação ou a decisão sobre os mesmo.”
Foram fundadores os seguintes associados:
Dr. Fernando Rocha Moreira do Vale
Carlos Marques de Almeida
Eng. Manuel Martins Ascensão Carvalho
Manuel Correia Simões
Arménio Costa Ramos
Domingos Ferreira dos Santos
Hilário Leite Ferreira
Alberto Correia da Silva
Joaquim Nogueira Coelho da Rocha
Dr. José Pinheiro Júnior
José Soares Gomes
Prof. Joaquim Fernandes Teixeira
João Morgado
António Luís.
A PRIMEIRA REUNIÃO
Passo a descrever conforme li destes autores:
«Para dialogar, colher sugestões e auscultar a opinião de alguns ermesindenses influentes ou responsáveis, realizou esta Associação um colóquio em que, além de muito publico e representantes da comunicação social (escrita e falada), estiveram presentes nove elementos directivos.
Feita a saudação pelo Dr. Fernando Vale, que também explicitou a razão do debate, dissertaram vários oradores, em que, com maior ou menor pormenor, alinharam todos pelo mesmo diapasão, isto é, para que Ermesinde seja sede de Concelho.
(...) A criação do Município de Ermesinde, segundo a óptica dos citados elementos, concretizar-se-ia com a anexação das freguesias de Água Longa (concelho de Santo Tirso), Alfena e Ermesinde (concelho de Valongo), S. Pedro de Fins e Folgosa (concelho da Maia), e Baguim do Monte (conselho de Gondomar).
A razão de tal projecto fundamentar-se-ia na discriminação de verbas, com gastos exorbitantes na sede do concelho, em detrimento de Ermesinde, o que ocasiona o descontentamento justificado dos seus habitantes que se sentem lesados com esta falta ou inadequação de critérios.
Um dos pontos aí defendidos, com certa lógica, é a distancia a que ficam essas freguesias das sedes dos respectivos conselhos, o que aumenta as dificuldades e despesas que seriam evitáveis se Ermesinde fosse promovida a sede de concelho.
Por toda a vila foram distribuídos panfletos a dar conhecimento dos objectivos propostos, bem como grandes cartazes a incentivar a população a aderir a este movimento que luta para levar Ermesinde a sede de um novo concelho.
PETIÇÃO SUBSCRITA POR 16 MIL ERMESIDENSES
Ainda conforme os autores:
«Um dos pontos mais altos da luta por “Ermesinde a Concelho” desenvolvido por “Os Amigos de Ermesinde” surgiu no final de 1992, com a entrega na Assembleia da Republica, de um abaixo-assinado subscrito por quase 16 mil ermesindenses, que assim, manifestavam inequivocamente a sua determinação em ser concelho.
No dia 11 de Novembro de 1992, o Presidente da Associação, Dr. Fernando Vale deu uma Conferencia de Imprensa, mostrando as listas do abaixo-assinado à comunicação social e anunciando que seriam, brevemente entregues na Assembleia da Republica, como órgão máximo de decisão político-administrativa.
Assim foi. No dia 11 de Novembro de 1992, alguns elementos da Associação e um representante da Junta de Freguesia fizeram entrega do documento na Assembleia da Republica. A embaixada que se dirigiu a Lisboa era constituída pelos seguintes elementos da direcção: Dr. Fernando Vale, Eng.º Costa Gaspar e Correia Simões, por alguns associados: Dr. Luís Gouveia, Sr. Azeredo e ainda por um elemento do executivo da Junta da Freguesia, o Secretário, Sr., Firmino de Carvalho (em representação do Presidente que não pode estar presente). Guiados pelo Deputado ermesindense Dr. José Puig, foram recebidos pelo Presidente da Assembleia, Dr. Barbosa de Melo, e logo a seguir, pelo chefe de Gabinete, Dr. Marques de Carvalho, a quem expuseram minuciosamente o seu intento. Renascia então, a esperança de que finalmente, Ermesinde pudesse sonhar com a desejada autonomia. Mas, os anos corriam, e a petição referendada pelo povo ermesindense não obtinha a desejada resposta. O assunto só seria debatido pela Assembleia da Republica em 1996 e, na respectiva discussão, intervieram os deputados Afonso Lobão, de Ermesinde (pelo partido Socialista), Manuel Moreira (pelo Partido Social Democrata) e José Calçada (pelo Partido Comunista Português). Como criação de novos concelhos estava dependente do processo da regionalização, o assunto continuou adiado.
Nos finais do ano de 1997, nova onda de esperança se viveu em Ermesinde, e nas outras 10 cidades que não são concelho, pelo facto da chamada “Lei Travão” ter sido revogada e por todos os partidos políticos, com assento na Assembleia, terem concordado com a necessidade imperiosa de uma Reforma Administrativa».
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