A BELA D'ERMESINDE
A BELA D'ERMESINDE
DESPORTO
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA TRAVAGEM
Esta Associação da Travagem, fundada nos anos sessenta, já foi uma colectividade que se dedicou ao futebol corporativo, chegando a militar na 1ª Divisão do respectivo campeonato regional, em representação da Casa do Povo de Ermesinde.
Embora não se encontrem muitos dados acerca desta colectividade, sabe-se por uma notícia em “A Voz de Ermesinde”, de Março de 1971, que um dos momentos mais altos que teve, foi na época de 1970/1971 quando se tornaram campeões do Campeonato Corporativo Regional da 2ª Divisão, sem qualquer derrota. A referida noticia é do seguinte teor:
«Desde o inicio do campeonato a equipa da Académica da Travagem (a representar a Casa do Povo de Ermesinde), marcou nítido ascendente sobre as demais equipas, sendo a Electro-Cerâmica a única que lhe deu replica condigna, pois travaram desde o primeiro jogo um despique curioso e só na última jornada foi encontrado o campeão.
A turma da Académica mostrou-se melhor estruturada, revelando mais apurada técnica e acabando por conquistar, com mérito indiscutível o Campeonato Regional da 2ª Divisão, ao vencer, no último encontro, o seu antagonista por 3-1.
Curiosa e prestigiante a carreira do campeão, que nunca sentiu o travo amargo da derrota. O novo, primeiro divisionário, teve como treinador Armando e dispôs dos seguintes elementos: Ribeiro, Pires, Barbosa, Miguel, Edmundo, Espanhol I, Augusto, Miranda, José Maria, Paulo, Xico, Espanhol II e Domingos.»
Em meados dos anos 80, nos seus estatutos então publicados, a denominação da Académica era: A.D.R.C.T. – Associação Desportiva, Recreativa e Cultural da Travagem. Havia então um nítido interesse da direcção, em alterar os principais objectivos do Clube, tendo em vista as preocupações da população do lugar, dando-lhe um cariz mais cultural, aliás, como se pode ler no Art.º 3 do Capitulo 1º, no ponto b):
“Criar secções recreativas e culturais e de bem-estar, que proporcionem o convívio entre todos os sócios e o bem-estar de todos os habitantes.
É desta altura a tentativa de publicar um “Boletim Informativo”, como chegou a acontecer com a edição experimental em Agosto/Setembro de 1984. Neste “Boletim” é textual a preocupação com o desporto, com a organização de uma prova de Atletismo em Junho desse ano, com a presença de cerca de 400 atletas. A nível cultural a preocupação divide-se entre a 1ª Jornada de Intervenção Infantil e a organização da Festa de Natal para os sócios com a atribuição de “Cabaz de Natal”.
No ano de 85, com Manuel Barbosa como seu timoneiro, a ADRCT organiza pela 1ª vez no dia 30 de Julho, um Rally Paper que teve um estrondoso sucesso. A recordar esse grande dia, um quadro ostentando um volante de automóvel e uma placa descritiva do evento, encontra-se hoje numa parede da sede. Com tremendo êxito, repetiu-se este evento cultural no dia 31 de Maio de 1986, com a presença na prova de mais de uma vintena de participantes.
Tal como acontece com a UDCR da Bela, a ADRCT da Travagem, encontra-se letargicamente num momento de hibernação, por falta de alguém que dinamize e anime estes verdadeiros lugares de cultura, que têm obrigações para com os habitantes dos lugares em que estão inseridos. Nunca foram auspiciosas as relações entre os dois clubes, no entanto, muito poderiam fazer juntos, pelo menos mais que separados por rivalidades tacanhas.
ERMESINDE SPORT CLUBE
Sobre o historial desta Colectividade, mais uma vez com a ajuda dos autores de “Ermesinde — Registos Monográficos”, apresento aqui muito genericamente alguns pontos de maior relevância.
«Foi Em 1923, que se fundou o Ermesinde Fott Ball Club, que, mais tarde, daria origem ao Ermesinde Sport Clube. Na época desportiva 1924/1925, inscreveu-se na Associação de Futebol do Porto e disputou o Campeonato de iniciação. No ano seguinte, competiu no Campeonato da Promoção.
O Ermesinde Sport Clube, propriamente dito, só seria fundado no dia 10 de Agosto de 1936, por um conjunto de entusiastas do “desporto-rei”.
Segundo investigações, a primeira sede social do Ermesinde, foi na Travagem, no edifício onde estava instalada a Padaria e Mercearia Neta. Encontrava-se ainda nesse espaço, quando em 1942, se filiou na Associação de Futebol do Porto. E logo no 2º ano de filiação, época 1943/1944, o Ermesinde foi Campeão de Promoção. Nessa altura, a sua sede passou para a Rua 5 de Outubro, ocupando provisoriamente um espaço, cedido pelos Bombeiros Voluntários de Ermesinde. Na época 1944/1945, o Ermesinde foi Campeão da 3ª divisão e Campeão de série da Prova Extraordinária que a Associação de Futebol do Porto organizou. Em 1946/1947, o Ermesinde sagrou-se Campeão da 2ª divisão.
No dia 14 de Agosto, o Ermesinde deixava a sede, nas instalações dos Bombeiros, e passava para o piso de cima de um antigo edifício, que existia frente à actual dependência do Montepio Geral, do outro lado da Rua Cinco de Outubro. Só passados alguns anos, a sede social do Ermesinde passou para a Rua Rodrigues de Freitas (Sede que foi demolida em 2004, para arranjos urbanísticos, integrados no Programa Polis).
(...) No que respeita a equipamentos e campos para jogar, os primeiros atletas do Ermesinde tiveram, muitas vezes, que improvisar antes de terem equipamentos a preceito e, as condições do campo dos Sonhos. Chegaram a jogar de “sapatilhas e cuecas” como e usaram como campo as matas da Bela. Mais tarde, tiveram o campo do Carvalhal e de S. Paio e daí passaram para os Sonhos.
O Campo dos Sonhos entrou na posse do E.S.C. NO DIA 6 DE Abril de 1968. Cerca de 12 mil metros quadrados de terreno adquiridos à Fábrica de Cerâmica pelo preço simbólico de 275 contos.
(...) Com a permanência do Ermesinde nos Campeonatos Nacionais, alguns amos mais tarde, tornou-se obrigatório jogar em campos relvados, e o Campo dos Sonhos sofreu obras de arrelvamento, tendo o Clube de jogar algumas jornadas em “Estádios” emprestados (do Salgueiros, do Leixões e do Maia, entro outros). O arrelvamento iniciou-se em Agosto de 1991, teve um custo aproximado de 30 mil contos, a Câmara de Valongo subsidiou a obra com 15 mil contos. O Campo com tapete verde, mudou de nome, e desde então passou a designar-se por Estádio dos Sonhos. (...) a sua inauguração aconteceu no dia 14 de Dezembro de 1991.
(...) Depois de ter sido anunciada, na comunicação social, a penhora sobre o Estádio dos Sonhos, em virtude de uma divida da Colectividade, houve a garantia de que este imbróglio se encaminhava para um “final feliz”.
Efectivamente. O E.S.C. reunido em Assembleia-geral, no dia 28 de Abril de 2000, aprovou uma proposta que promete um futuro bastante risonho para o principal clube de futebol desta cidade.
O então Presidente da Direcção, João Silva, explicou aos associados o actual grande projecto da Colectividade a que preside — a construção de um Novo Estádio para o E.S.C.
(...) Quanto à penhora do actual Estádio dos Sonhos, decretada pelo Tribunal a favor de Abílio de Sá, o Clube e o Credor chegaram a acordo, comprometendo-se o Ermesinde a pagar a divida, agora substancialmente reduzida (para 40 mil contos), no prazo de um ano.
O novo Estádio situar-se-á nos Montes da Costa e já tem terreno. Foi disponibilizado pela Câmara Municipal de Valongo, tem uma área de 40 mil metros quadrados e aí serão edificados o campo principal, um campo de treinos (talvez também relvado) e um pavilhão multiusos (...).
O custeamento do novo Estádio, que irá triplicar o património do Clube, será suportado pelo resultado da venda do Estádio dos Sonhos, pelos subsídios que se esperam do Governo, um pouco a “reboque” do Euro 2004, das autarquias (Junta e Câmara), do Governador Civil, do Comércio e Indústria ermesindense (...).
(...) Sendo fastidioso enumerar, aqui e agora, todo o seu historial, ficamos apenas, como apontamento genérico de que até à época 2000/20001, o Ermesinde, no que respeita aos campeonatos nacionais, teve 4 presenças na 2ª Divisão Nacional, 7 na 2ª Divisão Nacional B, 12 na 3ª Divisão Nacional e 21 presenças na Taça de Portugal (...).»
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