segunda-feira, 26 de agosto de 2013

HISTÓRIA DE ERMESINDE


O comboio esteve na base do grande dinamismo local

Foi no período do Fontismo que as comunicações e transportes conheceram em Portugal extraordinário fomento. S. Lourenço de Asmes foi uma das terras dos arredores do Porto que mais beneficiou com a nova estrada de ferro, que permitia o transporte mais rápido e em muito melhores condições a pessoas e mercadorias.
Esta terra, próxima do Porto, foi escolhida para a bifurcação das linhas do Minho e do Douro. A partir de então, vai conhecer um crescimento enorme e inusitado, já que por ali passaram a circular todas as mercadorias e pessoas que da Região Norte (Minho e Trás-os-Montes) se dirigem à capital do Norte e vice-versa.
A estação foi, desde logo, buscar o nome ao maior aglomerado populacional das proximidades – Ermesinde – embora o nome da freguesia, S. Lourenço de Asmes, se tivesse mantido por mais algumas décadas.


Ermesinde e a Revolta Republicana do 31 de Janeiro de 1891

A humilhação resultante do Ultimato Inglês a Portugal em Janeiro de 1890 provocou a Revolta Republicana ocorrida na guarnição militar do Porto, na madrugada do dia 31 de Janeiro de 1891. Foi a primeira revolta de cariz republicano a culminar a onda de descontentamento que alastrara a todo o país.
A cidade do Porto foi um dos centros de maior dinamismo conspirativo contra a Monarquia decadente que juntava, entre outros descontentes, estudantes, militares, jornalistas e juristas.
A Junta Paroquial de S. Lourenço de Asmes, ao tempo presidida por Manuel Moreira Lopes, reunida extraordinariamente no dia 13 de Fevereiro de 1891, mostrou-se claramente favorável à causa monárquica, apressando-se a enviar ao Rei D. Carlos um telegrama de apoio.
Contudo, não podemos pensar que a generalidade da população de Ermesinde era favorável à manutenção da Monarquia. Bem, pelo contrário, uma parte importante da elite local simpatizava com a República, como se verá pela pronta adesão ao novo regime. Mas, mesmo no contexto da revolta republicana, havia em Ermesinde personalidades republicanas de grande relevo. Era o caso, por exemplo, de Vicente Moutinho que recebeu em sua casa, bem no centro de Ermesinde, várias vezes a figura mais ilustre do Norte do País do Partido Republicano, o Prof. Dr. José Falcão, um dos revolucionários do 31 de Janeiro e prestigiado autor da Cartilha do Povo.


Ermesinde após a implantação da República

Aquando da implantação da República, a povoação de Ermesinde está muito maior e bastante mais conhecida. Cresceu intensamente o lugar que deu nome à Estação da freguesia de S. Lourenço de Asmes, mas prosperaram também os outros lugares da freguesia. A sua Estação era já uma das mais movimentadas do Norte.
Assim, a Comissão Administrativa da Freguesia solicitou ao novo Governo Republicano a substituição do nome da Freguesia para o nome do maior lugar e mais central - ermesinde.
Três meses mais tarde (dia 6 de Fevereiro de 1911), o Ministro do Interior do primeiro Governo Republicano, António José de Almeida, deferia o pedido da Comissão Administrativa, e, no dia seguinte, o Diário do Governo publicava a referida resolução


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