segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

LUGAR DA BELA


A FONTE DOS AMORES, JUNTO DO EUCALIPTO


BELA OU VELA?

CONTINUAÇÃO…

Logo em 28 de Junho de 1689, não tendo querido aparecer a abadessa do convento de S. Bento do Porto, efectuava-se a divisão dos limites de Alfena com Valongo.
       
Que passo a transcrever:
        
 «...E logo elles louuados na mesma forma atrás foram medindo pela deuisam de entre as freiguesias direito p.a o nascente sempre augas vertentes athe o alto da serra da bella junto adomde se pome a uela e ahi disseram elles louuados era nesesario leuantar outro marco o coal elle juis do Tombo mandou leuantar e lansar pregam na forma dos mais e fiqua de distancia do outro a este seis sentas e seis uaras.
       E logo elles louuados foram medindo na mesma forma atrás pela diuizam de entre freiguezias athe domde chamão a eira de ségu junto à estrada e ahi disseram os louuados era nesesario outro marco o coal elle juis do Tombo mandou leuantar...»

Eis a tradução, dentro do meu parco entendimento:

     «E logo os louvados na mesma forma atrás, foram medindo pela divisão de entre Freguesias, direito para a nascente (que suponho ser aquela a que chamam “Reguinho” e que se encontra por trás da sede da U.D.C.R. da Bela e depois totalmente encanado, desagua no Leça junto à “Fonte dos Amores), sempre de águas vertentes até ao alto (que penso ser a Rua do Bom Samaritano) da serra da Bela, junto aonde se põe a vela (acto de velar, vigilância, sentinela) e ali disseram eles os louvados que era necessário levantar outro marco o qual ele o juiz do Tombo mandou levantar e lançar pregão da mesma forma das mais atrás e ficou à distancia do outro a este de seiscentas e seis varas.
      E logo os louvados foram medindo da mesma forma atrás, pela divisão entre freguesias, até onde chamam a eira do cego (lugar antigo onde viviam alguns cegos e pedintes muito conhecidos no lugar), junto à estrada e aí disseram os louvados, era necessário outro marco, o qual ele o juiz do Tombo, mandou levantar».

Ainda citando os mesmos autores, pode-se ler na página 24 da mesma monografia o seguinte:

«Ainda no mesmo Tombo aparecem citados o outeiro “da uela” (f.37 na estrema com Ermesinde e a “serra da bella” (f.38 v) na estrema com Valongo: trata-se de postos nomeadamente medievais destinados a vigiar (velar) como se vê das expressões da época como:
 “Coto de vigia” em 1258
 “villa por ser bem gardada, vellada [...] uellar roldar a dita cerqua” em 1372
 “seiam escusados de vela e de finta e de talha” em 1322
 “enviassem certos homens cada semana a velar ao monte de S. Gens” no século XV e         “maneira que asy hade teer  em vellar de noute foguo e de dia fumaças”.
Todos estes elementos, de valor histórico desigual quanto à importância do conteúdo e à época a que se reportam, não deixam de fornecer indícios cronológicos de interesse.»
  
         
Ora como se pode ler, “uela ou uellar”, significa: Vela ou Velar.
E “vellar de noute foguo e dia fumaças” quererá dizer: Velar de noite fogo e de dia fumaça”.
Pode-se entender que eram postos de vigia, onde se vigiava o fogo nos montes para que não ardessem.
Então será que este lugar a que chamamos “Bela” seria ”Vela” que depois se aglutinou?
E que serra da Bella será aquela que fica no estremo de Valongo?
Ficam as perguntas para quem souber, que o meu saber é pouco.

Fonte: Alfena – aterra e o seu povo



ACTUAL FONTE - C.M.V. 1966


 A NASCENTE AINDA EXISTE JUNTO AO LEÇA

 A FONTE DOS AMORES

A FONTE DOS AMORES

        Conforme a descrevem os autores de: Ermesinde – Registos Monográficos

         «A Fonte dos Amores, fazia há quatro décadas, o regalo dos moradores e de quantos ali acorriam, ao idílico e pitoresco Lugar da Bela.
        Ali, o precioso e puríssimo líquido jorrava e corria a esmo pela vertente da pequena encosta, entre ervas e flores naturais, até desaparecer no Leça.
        Em Agosto de 1953, a Junta da Freguesia declarou a insalubridade das suas águas, deliberando proceder ao seu arranjo.
        Hoje desapareceu, vítima do progresso que, infelizmente, obriga a estas perdas irreparáveis que só não se perdem de todo porque ficaram registadas nas retinas de alguns olhos saudosos do passado, e se reavivam através de fotos que preservam essas imagens para a posteridade.
        É o caso desta encantadora “Fonte dos Amores”, focada pela nossa objectiva há muitos anos (foto da capa), que podem mostrar todo o sortilégio e bucolismo que a rodeava, envolta pela ramagem verdejante e pelos ares puros e sadios, oxigenados pelo frondoso arvoredo e, principalmente, pelos eucaliptos e pinheiros que ali se erguiam e davam sombra e beleza ao local, que deu azo a tantas histórias, a lendas, a sonhos e até desvarios.»


N/A: Existe hoje no mesmo lugar, uma fonte, a que chamam a Fonte dos Amores, mas que não é, pois a verdadeira há muito desapareceu. Pode-se ler no local: “C. M. V. 1966” e ainda, “Água imprópria para consumo.” 


RUAS DA BELA



Código Postal: 4445-501 Ermesinde

Principia: Rua Bartolomeu Dias
Termina: Rua da Bela, frente ao número 535

Curiosidade: Foi no número 80 desta rua, na garagem do Sr. António Sousa, que no dia 25 de Julho de 1971 foi fundado a União Desportiva da Bela. Da primeira direcção fizeram parte: Joaquim Lopes, José Mesquita, José Gouveia, António Adrião e António Sousa. Daqui a sede saltou para o café “Pub Club”, propriedade de Manuel Sá que fez parte da direcção alguns anos.

Toponímia: O nome desta rua lembra a presença de Portugal em Macau que é hoje uma Região Administrativa Especial da Republica Popular da China,
Esta administração teve começo em meados do século XVI, quando Macau foi colonizada e ocupada gradualmente pelos portugueses. Estes últimos rapidamente trouxeram prosperidade a este pequeno pedaço de terra, tornando-a numa grande cidade e importante intermediário no comércio entre a China, a Europa e o Japão, fazendo com que desde os primeiros momentos da madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999. Antes desta data, Macau foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colónia europeia na China. ela atingisse o seu auge nos finais do século XVI e nos inícios do século XVII. Só em 1887 é que a China reconheceu oficialmente a soberania e a ocupação perpétua portuguesa sobre Macau, através do "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português.
No dia 3 de Dezembro de 1996, Portugal renunciou à sua ocupação perpétua sobre Macau. Em 1987, após intensas negociações entre Portugal e a República Popular da China, os dois países concordaram que Macau iria passar de novo à soberania chinesa no dia 20 de Dezembro de 1999.

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE

1912 — A Junta de Freguesia de Ermesinde, instala-se numa sala da Residência Paroquial a 7 de Abril.

1912 — A 28 de Dezembro é diferido por despacho Presidencial a autorização para criar “um instituto particular de ensino secundário em Ermesinde, sob a denominação de Colégio de Ermesinde”.

1918 — Fundação da Fábrica de Pomadas e Graxas para calçado de Ermesinde.

1919 — Data da colocação no Altar-Mor da antiga Igreja de Ermesinde de lindos Azulejos a mando do Padre Avelino Moutinho Moreira Assunção, que à data, paroquiava a freguesia.

1920 — Nasce em Ermesinde, na Cancela, o cantor Alberto Ribeiro no dia 29 de Fevereiro.

1921 — Fundação dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, no “Hotel Sobral” na Travagem, no primeiro dia de Junho.

1921 — É dada á estampa Monografia de Ermesinde de autoria de Humberto Beça.

1922 — Construção da Passagem inferior ao Caminho-de-ferro na Rua Joaquim Ribeiro Teles, que deu passagem ao Eléctrico para Ermesinde.

1923 — Fundação do Ermesinde Foot Ball Club, que mais tarde deu origem ao Ermesinde Sport Clube.

1926 — Chegada do 1º Eléctrico a Ermesinde.

1926 — Foi oficialmente constituído o Grupo nº 22 (Nuno Alvares Pereira) de Escutas de Ermesinde.

1927 — Inauguração da “Feira de Ermesinde” no dia 12 de Setembro. 

1927 - Fundação do Grupo Columbófilo de Ermesinde, extinto em 1933

1927 – Surge o primeiro número do Jornal “Eco de Ermesinde” sob a direcção de Eduardo Correia Bacelo e ao preço de $50.

1928 — A Linha nº 9 do Carro Eléctrico, avançando pela Rua Rodrigues de Freitas, chega junto à Igreja.

1928 — Reunião no Hotel da Travagem, organizada pelo Jornal quinzenário “Eco de Ermesinde” com a participação de particulares para darem ajuda monetária, ao reivindicarem a vinda da electricidade para Ermesinde, em 25 de Maio.

1928 — Fundação da Fábrica Vitória de lenços e colchas na Rua 5 de Outubro

Fonte: Ermesinde – Registos Monográficos