quinta-feira, 7 de julho de 2016

DIVULGAÇÃO







LENDA DA BELA “A COBRA MOURA”

Compilado do Livro: «Ermesinde – Registos Monográficos»
Transcrevo esta lenda tal como os autores a descrevem:

«Quem não se lembra ainda, dos que têm mais de sessenta anos, de ouvir falar na “Cobra Moura” que aparecia nos montes da Bela, então com verdejante e frondosa vegetação? Ali mesmo, ao lado do Rio Leça, próximo de uma fonte que lá existiu e se denominava “Fonte dos Amores”, à qual se refere as bonitas fotos que reproduzimos, aparecia, há longos anos, uma grande cobra, que, além da dimensão, tinha a particularidade de ter cabelo na cabeça. Diziam os antigos que esse réptil, que àquele lugar levava inúmeros curiosos atraídos pelo fenómeno, era a “Cobra Moura”.Ora seja lenda ou verdade, pois não temos argumentos que nos levem ao apuramento dos factos, diz-se que em recuados tempos muitos carros de bois que ali passavam, sem que nada o fizesse prever, bois e carros eram atirados pelo declive, indo parar ao leito do Rio Leça como se tratasse de coisa ruim, ou, o que era mais verosímil, de mágico poder da “Moura” transformada em cobra. A lenda alude ainda a outro caso invulgar, que era o desaparecimento de alguns rebanhos que se apascentavam nas ubérrimas margens do Leça e eram sonegados sem deixar rasto. Passar por ali, dizem os mais velhos, era um perigo e um desafio à “Cobra Moura”. Esta tinha poderes sobrenaturais, artes mágicas, que amedrontavam uns e desafiavam outros a invectivar o desconhecido, talvez o irreal, mas que faz do nosso património cultural, que devemos preservar».
       


Sobre esta lenda conhecida no lugar da Bela e não pondo em duvida a descrição feita pelos seus autores, atrevo-me a dizer que tenho outra versão da lenda, que me foi contada há trinta e cinco anos atrás por um casal simpático, que Deus lá tem, a Sr.ª Ângela, uma velhinha de 75 anos natural e moradora na Bela, com a ajuda de seu marido, o bom Sr. António. Narraram-me a meu pedido, a lenda que teve lugar nesta terra há muitos anos atrás, quando a Bela era mesmo muito bela, com as margens idílicas do Leça cobertas de paradisíaco arvoredo. E foi assim…

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