Na conjuntura das
invasões francesas, o Secretário de Estado do Reino enviou directrizes aos
superiores das Congregações Religiosas em Portugal, para que tomassem
providências com os objectos em ouro e prata, guardando-os em lugares seguros.
O Prior do Convento da
Mão Poderosa, Fr. João de Santa Cecília, foi notificado da ordem em Outubro de
1807. Embora não se tenham certezas é provável que as alfaias religiosas em
ouro e prata do Convento da Formiga tenham sido recolhidas no Mosteiro de Santa
Cruz de Coimbra (era um dos três locais aconselhados pelo Governo português
para se esconderem esses “tesouros”, os outros eram Tomar e Palmela, que
ficavam muito mais distantes), donde, estamos convictos, nunca mais
regressaram.
Na altura da extinção
das Ordens Religiosas (1834), os objectos em ouro e prata que constavam da
Relação dos Bens entregues pelo Convento da Mão Poderosa, valiam duzentos e
noventa e nove mil, duzentos e oitenta e quatro réis.
Em meados de 1808,
surgem várias insurreições populares contra a ocupação francesa na sequência da
primeira invasão. O Porto dá o exemplo, ao substituir a bandeira do invasor
pela portuguesa. O espírito de revolta alastra ao país inteiro.
A população de
Ermesinde, mobilizada pelo toque dos sinos da Igreja de Santa Rita, comparece,
segundo Serralves (Ermesinde / Ontem e Hoje, p. 5), em grande número no
largo fronteiro à Igreja e «dá largas ao seu entusiasmo contra a vil canalha».
Mais adiante, o mesmo autor acrescenta: «nas refregas das tropas regulares nas
escaramuças ocasionais, quase anárquicas dos camponeses que se batem,
Palmilheira e Baguim aparecem como centros principais de ataque e resistência
aos franceses e afrancesados».
Ainda ocorreriam mais
duas invasões (1809 e 1810/1811), mas o exército português, com auxílio dos
ingleses, acabaria por afastar definitivamente os franceses do nosso
território. Ficaram os ingleses a dominar-nos, mas o Porto, mais uma vez,
resolveu o problema, ao preparar e executar a Revolução de 24 de Agosto de 1820
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