O LUGAR DA BELA
O Nome da Bela (ou Vela), supõe-se já existir no século XIII, mas poucas alusões encontrei a este lugar ao ler algumas monografias sobre Ermesinde.
Porém, depois de exaustiva procura, pude encontrá-lo aquando da criação da Freguesia de Alfena, como escreveram na sua maravilhosa monografia sobre Alfena, os padres Domingos A. Moreira e Nuno António Maria Cardoso em: “Alfena a Terra e o seu Povo” de 9 de Abril de 1973.
Assim, e respeitando a sua ortografia passo a transcrever passagens onde o nome da Bela se encontra citado e penso ser possível demonstrar a sua existência, ainda que delével. Passo a citar:
«Nas inquirições de 1258 Alfena confinava com Ferraria e Tresleça. Nos finais do século XVI escrevia-se: «no resio da Codes.ª [=Codesseira] saindo dalfena» (I livro do Registo Paroquial folha 4 verso, no Arquivo Distrital do Porto). Por cerca dos meados do século XV escrevia-se: «na ferraria da par dalfena [...] freiguesia de São Vicente dalfena» (Arquivo Distrital do Porto, Convento da Ave Maria, livro nº. 243 (153) folhas 332 verso)»
«S. Vicente de Alfena (que nos tempos mais antigos se chamou S. Vicente da Queimadela) pertenceu tradicionalmente, ou seja, durante a Monarquia Absoluta, ao Concelho da Maia. Mas criado o Concelho de Valongo no tempo do Liberalismo por decreto de 28 de Novembro de 1836 (e sua vila por decreto de 17 de Abril de 1837), Alfena passou a pertencer-lhe, como diz o padre Joaquim Alves Lopes Reis, no seu livro “A Vila de Valongo” (Porto 1904, nas páginas 195-196) que mais adiante, na página 202 informa:
«O Povo de Valongo, porém, é que não estava acostumado a estes impostos (tinham posto em arrematação uns certos direitos lançados sobre a carne, vinho, azeite, etc....) que o antigo regímen nunca se atreveu a lançar senão em casos excepcionais e justos. Julgando-se tratar de um tratantada e no auge da sua fúria, apareceu no dia destinado para a arrematação de tais impostos (18-4-1838), uma grande multidão e à força, já que razões não bastavam, obrigaram os camaristas a fugir, cobrindo-os de injurias e insultos os quais chegariam a vias de facto, se a prudência não tivesse aconselhado que eles a tempo se pusessem a salvo. Recolheram-se a Alfena, diz-se, por ser daquela freguesia o administrador de então e aí, celebraram várias sessões no lugar, na quinta de uma tal D. Helena, na primeira das quais deliberaram apresentar ao Exmo. Administrador geral a respeito dos insultos feitos à Câmara por parte dos habitantes de Valongo e na sessão de 18 de Junho, chamam vila a Alfena».
Em 1867 é extinto o concelho de Valongo, passando Alfena para o então criado concelho de Rio Tinto que durou apenas 8 dias. Valongo triunfa de novo e Alfena voltou a pertencer-lhe até hoje. (Padre Joaquim Alves Lopes Reis, ob. Citada página 216).
Continua…
A Bela e o Rio Leça visto da Ponte ferroviária
Pórtico em Alfena
Ponte sobre o leça em Alfena
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