O comboio esteve na base do grande
dinamismo local
Foi no período do
Fontismo que as comunicações e transportes conheceram em Portugal
extraordinário fomento. S. Lourenço de Asmes foi uma das terras dos arredores
do Porto que mais beneficiou com a nova estrada de ferro, que permitia o
transporte mais rápido e em muito melhores condições a pessoas e mercadorias.
Esta terra, próxima do
Porto, foi escolhida para a bifurcação das linhas do Minho e do Douro. A partir
de então, vai conhecer um crescimento enorme e inusitado, já que por ali
passaram a circular todas as mercadorias e pessoas que da Região Norte (Minho e
Trás-os-Montes) se dirigem à capital do Norte e vice-versa.
A estação foi, desde
logo, buscar o nome ao maior aglomerado populacional das proximidades –
Ermesinde – embora o nome da freguesia, S. Lourenço de Asmes, se tivesse
mantido por mais algumas décadas.
Ermesinde e a
Revolta Republicana do 31 de Janeiro de 1891
A
humilhação resultante do Ultimato Inglês a Portugal em Janeiro de 1890 provocou
a Revolta Republicana ocorrida na guarnição militar do Porto, na madrugada do
dia 31 de Janeiro de 1891. Foi a primeira revolta de cariz republicano a
culminar a onda de descontentamento que alastrara a todo o país.
A cidade do Porto foi um dos centros
de maior dinamismo conspirativo contra a Monarquia decadente que juntava, entre
outros descontentes, estudantes, militares, jornalistas e juristas.
A
Junta Paroquial de S. Lourenço de Asmes, ao tempo presidida por Manuel Moreira
Lopes, reunida extraordinariamente no dia 13 de Fevereiro de 1891, mostrou-se
claramente favorável à causa monárquica, apressando-se a enviar ao Rei D.
Carlos um telegrama de apoio.
Contudo,
não podemos pensar que a generalidade da população de Ermesinde era favorável à
manutenção da Monarquia. Bem, pelo contrário, uma parte importante da elite
local simpatizava com a República, como se verá pela pronta adesão ao novo
regime. Mas, mesmo no contexto da revolta republicana, havia em Ermesinde
personalidades republicanas de grande relevo. Era o caso, por exemplo, de
Vicente Moutinho que recebeu em sua casa, bem no centro de Ermesinde, várias
vezes a figura mais ilustre do Norte do País do Partido Republicano, o Prof.
Dr. José Falcão, um dos revolucionários do 31 de Janeiro e prestigiado autor da
Cartilha do Povo.
Ermesinde após a implantação da República
Aquando da implantação
da República, a povoação de Ermesinde está muito maior e bastante mais
conhecida. Cresceu intensamente o lugar que deu nome à Estação da freguesia de
S. Lourenço de Asmes, mas prosperaram também os outros lugares da freguesia. A
sua Estação era já uma das mais movimentadas do Norte.
Assim, a Comissão
Administrativa da Freguesia solicitou ao novo Governo Republicano a
substituição do nome da Freguesia para o nome do maior lugar e mais central
- ermesinde.
Três meses mais tarde
(dia 6 de Fevereiro de 1911), o Ministro do Interior do primeiro Governo
Republicano, António José de Almeida, deferia o pedido da Comissão
Administrativa, e, no dia seguinte, o Diário do Governo publicava a
referida resolução
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