Antigos documentos referentes a S. Lourenço de Asmes e a Ermesinde
As Inquirições de 1258, referentes a Ermesinde e a S. Lourenço de Asmes comprovam a propriedade das terras, tanto como a existência da Paróquia de Ermesinde já nessa data, quando muitos julgavam que a mesma só teria surgido no século XVII.
A origem de S. Lourenço de Asmes parece ter sido junto ao Ribeiro de Asmes (também conhecido por Ribeiro de Sonhos), afluente da margem direita do Rio Leça, cujos campos eram bastante férteis.
A região de Ermesinde só ficou completamente livre dos conflitos inerentes à Reconquista Cristã, no século XI, e, portanto, só a partir daí é que de novo a aldeia foi renascendo, feita de gente que veio trabalhar os campos de Asmes, para entregar a maior parte da produção – sob a forma de rendas e de dízimas – ao Rei e aos Mosteiros que, nesta Região, compartilhavam as terras e a gente rural. Estes Mosteiros foram, como demonstram as Inquirições, os de Águas Santas e o de Santo Tirso.
Durante a Idade Média, a aldeia de Asmes foi-se tornando maior, as casas agrícolas multiplicavam-se, tanto aqui como nos restantes núcleos agrícolas em redor das margens do Leça e dos seus afluentes.
No princípio da Idade Moderna, as características de povoação rural mantiveram-se. Conforme se poder ver pelos foros que pagavam os residentes, a maior parte das terras pertencia então ao Mosteiro de Santo Tirso.
Pela nova Carta de Foral dada por D. Manuel à Maia (a que pertencia a paróquia de S. Lourenço de Asmes), em 1519, conhecem-se os foros e tributos pagos pelos casais aqui residentes.
De ano para ano, surgiam outras casas, outros lavradores que tiravam da planície do Leça o seu sustento, contribuindo, ainda, com os seus parcos excedentes para alimentar a cidade do Porto que crescia cada vez mais, com o desenvolvimento do comércio português e com o êxodo rural que, então, se encaminhava para as cidades do Litoral, onde se adivinhava uma vida menos dura e de maiores rendimentos.