PARQUE DE JOGOS EM CONSTRUÇÃO
SEDE DO CLUBE EM CONSTRUÇÃO
A SEDE NA ACTUALIDADE
A DIRECÇÃO QUE FEZ RENASCER A UDCR DA BELA
Sem tirar nenhum mérito a todos os directores (sem excepção) que passaram pelo clube antes, pois sem eles e o seu esforço não havia o clube da Bela. A Direcção de 1981 teve o mérito de fazer renascer das cinzas e elevar a União da Bela a um ponto irreversível no tempo. A partir daí, a UDCR da Bela não mais pensou em deixar de existir, para bem da juventude e da Bela.
E então…
* Começaram por redigir os estatutos (o grupo não tinha), que fossem de encontro aos anseios do clube e emanados do espírito da Constituição portuguesa promulgada cinco anos antes, não foi difícil a tarefa!
* Acrescentaram á sigla do Clube a palavra “Cultura” como vertente principal para o que se propunham levar acabo no seu programa, passando o Clube a denominar-se U. D. C. R. da Bela.
Os estatutos foram apresentados e aprovados por unanimidade em Assembleia-geral de sócios no dia 11 de Outubro de 1981.
* Logo outra etapa surgiu, a redacção de um Regulamento Interno justo e democrático, onde imperasse a disciplina, boa educação, os princípios morais e os deveres dos sócios para com o Clube.
* Modificou-se o emblema do clube, para que o seu simbolismo tivesse o verdadeiro significado do lugar onde está inserido, para isso, foram buscar à lenda da “Cobra Moura” a serpente como ícone principal e o Verde e Amarelo como cores principais.
Todas as novas ideias foram apresentadas e de novo aprovadas em Assembleia-geral de sócios, no dia 6 de Dezembro de 1981.
* Em termos organizativos, contabilísticos e logísticos, a nova direcção tinha uma tarefa enorme pela frente. Aproveitar o que havia, modificar o que tinham e conseguir (dentro do espaço que tinham) fazer o melhor.
* Reorganizaram o ficheiro de sócios. Fizeram novos cartões, agora com nova imagem e dentro das normas usuais. Criaram desde pastas a fichas de entradas e saídas do bar. Abriram livros de contabilidade e de caixa, organizando as contas com transparência e percebíveis a todos (era enorme o índice de analfabetismo).
* Mudaram o mobiliário da sede com mesas e cadeiras, tornando o ambiente mais confortável. Instalaram um esquentador para os banhos no final dos treinos. Por fim, cobriram provisoriamente um espaço (aproximadamente 40m2), que ía da rua à entrada da garagem que servia de sede. Esta garagem, era propriedade de um morador e emigrante (José Gomes Moreira) a qual o clube pagava 3.000$00 mensais. Para terem o usufruto do espaço até terem novas instalações, foi preciso cinco directores se responsabilizarem pelo pagamento e assim apresentaram ao senhorio a declaração seguinte:
«Declaram os abaixo assinados que se responsabilizam, pelo pagamento do aluguer, água e luz duma garagem, sita no lugar da Bela, da qual é proprietário o Senhor José Gomes Moreira. Sendo entregue as quantias de 3.000$00 (três mil escudos), todos os fins de meses, ao senhor José Pinto da Cunha, residente neste lugar.
Ermesinde, 7 de Outubro de 1981
Seguiam-se as cinco assinaturas: Francisco Rosas / Alfredo Carvalho / Manuel Carvalho / José da Cruz e António Moreira da Silva»
Prosseguindo com o programa de renovação, a nova direcção elegeu então prioridades:
1º Uma urgente angariação de sócios junto da população do lugar.
2º A dinamização de modalidades como o Atletismo, Xadrez e a aposta nas camadas juvenis para o Futebol de salão, criando uma equipa com representatividade para futuro. Tendo em vista que a equipa sénior, era constituída por elementos que “só apareciam” quando haviam torneios e quase nenhum era sócio do clube. Esta situação de injustiça e desigualdade para aqueles que todo o ano treinavam, tinha a conivência de alguns sócios ressentidos e frustrados pelo seu sentimento de posse em relação à UDCR da Bela, ter sido abalado pelos de “fora”, mas tão só e apenas interessados no clube, além de um lugar para um bagaço e um jogo dominó, a ânsia desenfreada de ganharem torneios, seja a que preço fosse, sem qualquer espírito de lealdade desportiva, apenas incutidos de fanfarronice e prosaicos ideais, aliás, foram estes os motivos principais para que esta direcção pusesse de parte a ideia inicial de se recandidatarem na época seguinte. Contudo, cumpriram na íntegra e com toda a verticalidade, todos os itens estipulados no programa que tinham elaborado.
Quanto à angariação de sócios, ao fim de oito meses, passaram de aproximadamente 50, para 200, onde 80 eram atletas nas mais diferentes modalidades, dos quais, 50 eram crianças. Não atingiram a meta pretendida, olhando à população do lugar, que na época, rondava os 3.000, mas tinhas a consciência que também nada tinham para lhes dar em troca a não ser, umas exíguas instalações que convenhamos, não eram de todo “bem frequentada” que me perdoem aquelas (felizmente a maioria) pessoas de boa índole e bem educadas.
Mesmo assim, dinamizaram ao máximo a vertente desportiva, principalmente:
* O Atletismo, com equipas seniores e juvenis, masculinas e femininas, que fazia furor em todas provas onde competiam, alcançando primeiros lugares sucessivos, tanto individuais como colectivos, onde se destacava a futura atleta do Boavista F. C., Manuela Carvalho.
Durante a época 81/82, participaram nesta modalidade 44 Atletas em 12 provas que angariaram para o Clube 28 troféus.
* O Futebol de Salão juvenil, que na época teve o destaque com 19 atletas em 2 torneios, num deles atingindo um honroso 2º lugar, ganhando para o palmarés do clube, 3 troféus (um deles e mais importante) o de disciplina.
* O Futebol de 11 com a participação de 18 atletas, que alcançaram um brioso 4º lugar na classificação geral, obtendo na época 81/82, mais 2 taças e uma medalha que enriqueceram a vitrina do Clube.
* O Xadrez que teve 8 participantes em torneio. Os três primeiros lugares foram alcançados por: António Abreu, Franklin Teixeira e Raul Silva com grande orgulho para o Clube.
* Realizaram-se ainda, torneios internos de: Damas, Dominó: Matrecos, Malha, Damas, Xadrez e Cubo, que tiveram forte aderência da parte do associados.
A realização destes eventos, culminaram com a 1ª Prova de Atletismo (e única até à data) realizada na Bela, nas comemorações do 11º Aniversário do Clube no dia 25 de Julho de 1982. Nesse dia, foi hasteada pelo sócio mais antigo, a primeira bandeira do Clube (feita em cetim e bordada à mão). Com a presença da Fanfarra dos Bombeiros de Ermesinde, foram ainda descerradas: A bandeira do Município de Valongo e a Bandeira Nacional.
* Foi depois descerrado na sede, um emblema em relevo e electrificado, perpetuando o simbolismo da UDCR da Bela. Durante esse dia, foi feita ainda a distribuição de todos os prémios angariados, para premiar a presença dos sócios nos torneios internos então realizados. A tarde prosseguiu com um arraial, onde não faltou um lanche, baile e boa disposição, terminando com o discurso de saudação e parabéns do Presidente do Clube, Francisco Rosas.
No dia 6 de Agosto e em Assembleia-geral de sócios, foi apresentado e aprovado, o relatório de contas, referente ao exercício entre 7 de Outubro de 1981 e 31 de Julho de 1982.
A vida do clube decorria, mas a direcção insistia no sonho de ter um lugar próprio. Até que em 1983 e durante um comício do PS na Escola Primária, veio a promessa de um terreno, que na impossibilidade da construção de uma Escola Secundária (que foi depois construída em Liceiras) seria destinado à construção de um Parque de jogos, Parque Infantil e depois... Talvez a possibilidade de junto ao Parque e num terreno não urbanizado (por se encontrar próximo de uma cabine de Alta tensão), a cedência para a construção da futura sede do Clube.
Continua…